Perda Visual Bilateral a esclarecer
Caso Clínico:
Homem, 76 anos, com perda visual bilateral e lenta que iniciou 4 meses antes do nosso exame. No início da perda visual, não havia dor ocular ou cefaléia. Nas últimas semanas, passou a sentir cefaléia holocraniana.
Negava amaurose fugaz, claudicação de mandíbula, mialgia ou febre.
Associado ao quadro visual, vinha com dor abdominal, urgência urinária e perda de peso.
Exame ocular:
AV: conta dedos a 1 metro AO
RFM: reflexo lento AO, sem DAR
BIO: catarata nuclear 2+
FO (ver retinografia): edema bilateral dos nervos ópticos
RM cranio (ver imagens): espessamento meníngeo difuso com realce após contraste. Discreto achatamento da esclera posterior bilateralmente.
RM (ver imagens): massa sólida vegetante na parede posterior da bexiga, medindo 7 cm.
Exame de liquor: manometria 30cmH2O; ceulas: 10/mm3; ausência de células neoplásicas.
Qual o diagnóstico?




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Bom, na ressonancia o quiasma não esta espessado. Ate parece que tem uma lesão afetando o lado direito do quiasma, mas não justificaria a perda visual bilateral.
A causa de perda visual é compressiva.
Olhem a ressonancia abaixo; é a mesma que coloquei inicialmente. Apenas coloquei setas. A seta vermelha aponta para o nervo óptico (porcao intracanalicular); as amarelas, para o espessamento da meninge secundario à carcinomatose. A confusão ocorre porque a HIC causa papiledema e nos faz pensar que a causa da perda visual é o papiledema.
Em resumo, ele tem duas neuropatias opticas: compressiva e papiledema; e a causa da perda visual é compressão do nervo optico bilateralmente.